quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Colóquio coloquial

A parte mais difícil de um texto é o começo. Óbvio. O problema não é exatamente começar, mas sim colocar algo bom o suficiente pra interessar e também possibilitar continuidade.
Falar que é complicado não basta, tem que ir lá e escrever. Uma frase insana, um parágrafo sem sentido, e voilà! Do que eu estava falando mesmo?
Agora você deve prosseguir descrevendo a visão da sua janela. Eu vejo uma parede, e um pouco acima do nível da parede um cara mexendo num poste de luz. Estou impressionado que a luz não tenha caído (e rolado no chão...).
Depois você olha pra direita e vê a casa da frente (afinal, tem duas janelas no cômodo). É, você já viu essa casa e a rua parada (ainda bem!) um sem número de vezes, não tem muita graça...
Enquanto toma um gole d'água e se prepara pro próximo parágrafo, você tenta praticar algumas construções mais complicadas; todavia você descobre que não é pedreiro, então apenas segue com o curso sobrenatural das coisas.
Você poderia falar sobre o que está ouvindo, sobre o que está escrevendo, sobre o que está lendo, enfim, poderia fazer um tratado acerca da rebimboca da parafuseta. Conquanto tudo caminhe para um final, não se sabe onde isso vai afinal...
Finalmente você resolve que o fim é o maior desafio, principalmente porque não teve começo nem meio. As palavras dançam na sua frente e não somos capazes de assistir. Desista de tentar ajudá-las e termine logo esse logos...

Um comentário:

Anônimo disse...

Teus textos têm boas tiradas. 80% das piadas são boas.