quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

A importância de ser

Vc já pensou a respeito do jeitinho brasileiro? Seguramente, já. 90% das pessoas q se deram ao trabalho de acessar esse blog, pelo menos, já pensaram alguma vez sobre o tema. A partir do momento em q vc começa a trabalhar num hospital, controlando filas eletrônicas com capacidades quase ilimitadas, vc eh obrigado a refletir friamente sobre esse e outros temas interligados.
Não é difícil entender q ao passar alguém na frente em uma fila qualquer (tome-se um banco, por exemplo), vc não está só ajudando (favorecendo) uma pessoa, está tbm prejudicando outras tantas q ficaram pra trás. Agora, tomemos uma pessoa idosa, nos seus 75 anos, numa fila cheia de adultos e adolescentes. A maioria não pestaneja em dizer q tal pessoa deve ser priorizada, msm com um peq prejuízo aos demais. Coloquemos, então, 30 pessoas idosas, com mais de 75 anos, em uma fila de mais de 300 pessoas. O peq prejuízo torna-se grande... Tentemos, ainda, imaginar uma fila de banco, com os 30 idosos, e no meio dos outros 300 integrantes, um médico atrasado pro trabalho...
Claro, é quase impossível prever o q cada pessoa numa fila de banco faz profissionalmente, e eh bem simples ver uma pessoa com dificuldades devido à idade. Mas temos situações mais complexas... Peguem a fila eletrônica de um hospital especializado, com 1200 pessoas esperando uma consulta para endocrinologia. Todas estão doentes, algumas muito doentes. O governo está atendendo essas pessoas, mas por uma série de fatos (corrupção, negligência, falta de investimento, incapacidade de conter a crescente demanda), o atendimento está organizado nessa fila, atendimento esse q se processa em certos dias e horários.
Por fim, vc é a ponta de um imenso iceberg. Vc não é médico, simplesmente controla parte dessa fila. Está no seu balcão, após o expediente, terminando outros trabalhos internos, e uma pessoa aparece. Ela o aborda, com uma história triste, um corpo em dificuldades, um pedido nos lábios. O q vc faria?
Agora, aparece um segundo sujeito, q além de todos os atributos acima, tbm está no q a sociedade chamou de "seu grupo de amigos". O q vc faria?
Depois, um terceiro, esse está no q o mundo diz ser "sua família". E agora?
Aperece, no dia seguinte, no horário, na própria vez, um sujeito pedindo sua consulta de direito. Por alguma razão, a consulta dele não está lá. Alguém decidiu q o peq prejuízo dele valia a pena. O problema é o número de "alguéns" q decidiu isso, acabando com algumas tantas outras vagas.
Então, aparece novamente um "amigo" seu, pedindo vaga.
O q vc fez nas outras ocasiões? O q vc faria agora?
Chega o juízo final: vc vai visitar o banco onde seu amigo trabalha... O q vc faz? O q ele fará? O q farão os "pequenos prejudicados"? O q fará a sociedade?

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